Segurança Alimentar e Nutricional e as Cozinhas solidárias  

Como refletir sobre a fome e a desigualdade social que ainda persistem no Brasil?

       Essa leitura convida a pensar sobre essas questões a partir de uma proposta construída por nutricionistas e uma professora do projeto de extensão Panela Aberta, em parceria com outros pesquisadores, que estão desenvolvendo uma matriz educativa dialógica voltada à promoção da Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) em territórios vulnerabilizados, tendo como eixo central a atuação das Cozinhas Solidárias (CSol).
O estudo parte da compreensão de Josué de Castro, que denuncia a fome como uma questão social vinculada à estrutura do sistema econômico hegemônico, marcado pela má distribuição de renda e pelo acesso desigual aos meios necessários para uma vida digna - terra, moradia, meios de produção e oportunidades de trabalho. Ainda que o Brasil tenha avançado nas políticas públicas voltadas à SAN, milhões de pessoas continuam em situações de insegurança alimentar e nutricional. 

    A pesquisa envolve trabalhadores, agricultores familiares, gestores de bancos de alimentos e nutricionistas. Utiliza uma metodologia participativa, baseada na observação participante e em entrevistas semiestruturadas, permitindo compreender as práticas, desafios e necessidades desses espaços. 

   Os resultados esperados incluem o avanço do conhecimento sobre a estrutura e organização das CSol, o fortalecimento de estratégias para ambientes alimentares mais justos, saudáveis e sustentáveis e o incentivo à educação permanente e ao diálogo entre academia e sociedade civil. Além disso, destaca-se o potencial dessas cozinhas como espaços de transformação social e como instrumentos de institucionalização do direito humano à alimentação adequada.