De acordo com levantamento da Secretaria-Geral da Presidência da República, divulgado em abril de 2024, o número de brasileiros em situação de insegurança alimentar grave caiu de 33,1 milhões em 2022 para 8,7 milhões em 2023.
Essa redução representa um avanço histórico e reflete os impactos positivos da retomada de políticas públicas voltadas à alimentação, como o fortalecimento do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional e o relançamento do Programa Bolsa Família.
O estudo também destaca que a segurança alimentar aumentou em mais de 31 pontos percentuais em comparação com a última pesquisa da Rede PENSSAN (II Vigisan 2021-2022). Especialistas atribuem esses resultados à recomposição da renda das famílias, à queda relativa nos preços dos alimentos e ao crescimento da empregabilidade.
Além disso, o Instituto Fome Zero (IFZ) publicou uma análise aprofundada intitulada "Evolução da Segurança Alimentar e Nutricional no Brasil", que examina os indicadores macroeconômicos e os preços dos alimentos em 2023. Esse estudo mostra que a estabilidade econômica e a elevação do salário mínimo acima da inflação contribuíram para a redução da fome. Segundo os pesquisadores, a insegurança alimentar grave sofreu uma queda expressiva, e há projeções otimistas para os próximos anos.
No entanto, os desafios ainda persistem. Regiões como o Norte e o Nordeste continuam apresentando altos índices de insegurança alimentar, especialmente entre mulheres e crianças. Especialistas alertam para a necessidade de políticas contínuas e estruturais.
Um compilado dos caminhos apresentados pela ONU (2021) e pela Rede PENSSAN (2022), evidencia:
Incentivo à agricultura familiar e/ou diminuição dos caminhos da cadeira de produção a fim de reduzir os custos dos alimentos;
Combate à pobreza e desigualdades sociais por meio da transferência de renda;
Proteção e valorização do meio ambiente - considerando questões climáticas a partir do desmatamento e uso desregulado dos recursos naturais para a produção de alimentos.
Para saber mais, acesse as referênicas
Referências:
BACCARI, José Giacomo; DELGROSSI, Mauro; MAGRO, João Pedro. Evolução da segurança alimentar e nutricional no Brasil: indicadores macroeconômicos, preços de alimentos e perspectivas futuras. Brasília: Instituto Fome Zero, 2024. Disponível em: https://ifz.org.br/download/9706/?tmstv=1710187182&v=9707. Acesso em: 12 maio 2025.
BRASIL. Secretaria-Geral da Presidência da República. Fome diminui e segurança alimentar e nutricional aumenta nos domicílios brasileiros em 2023. Brasília: Governo do Brasil, 2024. Disponível em: https://www.gov.br/secretariageral/pt-br/noticias/2024/abril/fome-diminui-e-seguranca-alimentar-e-nutricional-aumenta-nos-domicilios-brasileiros-em-2023. Acesso em: 12 maio 2025.
BRASIL. Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. Mapa da Fome da ONU: insegurança alimentar severa cai 85% no Brasil em 2023. Brasília: Governo do Brasil, 2024. Disponível em: https://www.gov.br/secom/pt-br/assuntos/noticias/2024/07/mapa-da-fome-da-onu-inseguranca-alimentar-severa-cai-85-no-brasil-em-2023. Acesso em: 12 maio 2025.
REDE BRASILEIRA DE PESQUISA EM SOBERANIA E SEGURANÇA ALIMENTAR (REDE PENSSAN). II VIGISAN: Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil. São Paulo: Rede Penssan, 2022. Disponível em: <https://olheparaafome.com.br/wp-content/uploads/2022/06/Relatorio-II-VIGISAN-2022.pdf>. Acesso em: 6 dez. 2022.